quarta-feira, 31 de julho de 2013

Agroecologia: uma opção de vida

Muitos parceiros têm trabalhado e tentado desmistificar a agroecologia na região do Baixo Araguaia.


por Dandara Morais

As atividades não cessam, e cada dia chega gente nova a fim de compartilhar experiências. Como é o caso da Caroline Ferreira Araújo, que veio de Redenção-PA, para estagiar na Associação Terra Viva.

Caroline chegou um pouco alheia ao que lhe esperava, ela é estudante do curso de Técnico em Agropecuária, e o contato com a agricultura familiar não tinha sido significativo. Veio para Porto Alegre do Norte-MT a convite da Claudia Araújo, engenheira florestal que trabalha na Comissão Pastoral da Terra da região. Caroline diz “Vim para Porto Alegre do Norte para estagiar na Associação Terra Viva, por saber que era uma boa oportunidade, pela história da entidade, mas não tinha nem noção do que iria fazer e aprender”.

Talvez por sorte, Caroline chegou no período em que estava ocorrendo o Encontro da Rede de Sementes do Xingu. Pode conhecer e entender o trabalho dos grupos que atuam na região como ATV, Ansa, Isa, Opan e outros parceiros, como os índios do Parque do Xingu, Karajá e as mulheres Xavante. Caroline fala que não imaginava que o mundo tivesse assim, e a partir desse contato com o trabalho ambiental, com luta pela vida da natureza, ela pretende a contribuir com a causa ativamente.
X Encontro da Rede de Sementes 

No estágio Caroline teve acesso a livros e vídeos sobre agroecologia, participou do processo de coleta e seleção de sementes, visitou assentamentos e pode ver de perto que uma nova realidade é possível, como é o caso dos plantios ao modo Casadão (o plantio diversificado de plantas onde se procura imitar os princípios de uma floresta). Carol reflete sobre esse contato “As coisas foram se esclarecendo, percebi a importância que as árvores têm para nosso planeta. O que o ser humano esta fazendo com a nossa terra é ruim, e todo mundo sai prejudicado”.

Carol estágio na Chácara Terrágua 
A luta em prol da vida e do meio ambiente é cotidiana, é um fogo que o vizinho coloca nas folhas secas, é uma lata de refrigerante jogada no chão, é o desmatamento das matas ciliares, tudo interfere negativamente na natureza. O ser humano precisa refazer suas práticas em relação ao ambiente, a estudante Caroline observa “a ATV é uma entidade que luta diariamente para mostrar como a agroecologia é possível, e que se dá para plantar e colher sem usar agrotóxico, e pode misturar tudo, não precisa plantar só um tipo de espécie”.


Caroline após a estadia em Porto Alegre do Norte-MT volta para o sua casa disposta a mudar, desde já, a realidade em que vive “Com esse estágio concluí que eu sou mais uma pessoa que vai entra nessa batalha contra a devastação, vou me especializar se Deus quiser e vou voltar. Enquanto isso não acontece vou fazer o que é certo e abrir os olhos de quem não sabe o mal que esta fazendo”.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Hoje tem marmelada? Tem sim, senhor!

por Dandara Morais



Aconteceu o X Encontro da Rede das Sementes do Xingu em Porto Alegre do Norte-MT, entre os dias 28, 29 e 30 de junho de 2013. Nos intervalos o Francisco Igliori Gonsales, do instituto Bacuri, ensinava para as crianças a arte do circo.

Chico da aulas circenses para crianças e adolescentes da periferia de São Paulo. Tem ainda um projeto de arborização do bairro em que mora, ele e alguns moradores fazem mudas e plantam pelas ruas e praças do bairro.

No encontro da Rede, também estavam participando as crianças que fazem parte do projeto de Educação Ambiental da Associação Terra Viva. Apesar de não estar com seus materiais de trabalho, nos intervalos do encontro, Chico se dedicava a ensinar a elas as brincadeiras circenses.  Com muito improviso e jogo de cintura, fizeram malabarismo com laranja e trapézio humano.

Augusto, de 9 anos, ficou encantado com as artes e já o convidou para vir no próximo ano “Você podia vir de novo e trazer tudo de circo pra nós”.  Maria Eduarda, 7 anos, no primeiro momento não quis participar, era a única menina do grupo, mas foi perdendo a vergonha e se divertiu a beça “é muito legal, ele inventa muita brincadeira”.

João Pedro, 6 anos, além de se divertir, trouxe a mãe para apreciar as atividades. As mães entraram na brincadeira e deixaram se encantar pela arte. Yuri, 6 anos, participou de todas as atividades e saiu feliz dizendo que ia ensinar para os coleguinhas da sala e pro irmãozinho “Na escola no recreio agora vou brincar de circo, e lá em casa também”.